Mais uma boa notícia!
Investigadores
do Politécnico de Leiria estudam potencial de alga vermelha recolhida em
Peniche para o tratamento do cancro
O MARE
- Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, do Politécnico de Leiria, vai levar
ao Encontro Ciência 2020, em Lisboa, no próximo dia 3 de novembro, a
apresentação do estudo “Da origem marinha à terapêutica - O potencial
antitumoral da alga vermelha Sphaerococcus coronopifolius”, recolhida na
Reserva Natural das Berlengas, em Peniche. A apresentação fica a cargo do
investigador Celso Alves e centra-se no estudo do perfil químico da alga
vermelha, assim como nas atividades antitumorais dos seus principais
metabolitos.
Desenvolvido
por oito investigadores do Politécnico de Leiria, o estudo iniciou-se com um
rastreio exaustivo de 27 macroalgas da costa de Peniche, em que a Sphaerococcus
coronopifolius revelou ser a alga com maior potencial antitumoral quando
testada em linhas celulares humanas derivadas do cancro hepático e cancro colorretal.
Baseado neste trabalho surgiu o projeto Red2Discovery, que permitiu caracterizar
pela primeira vez as atividades antitumorais destes compostos de uma forma
exaustiva.
A
primeira fase do trabalho foi concluída com sucesso, e os resultados obtidos
“abriram” novas oportunidades de investigação para continuar a avaliar e a
compreender o verdadeiro potencial terapêutico destes compostos nesta área. Mais
recentemente, integrado no projeto POINT4PAC, o potencial inibitório destes
compostos foi avaliado na proliferação de esferas tumorais.
«Como
em qualquer projeto de investigação as expectativas são muitas, mas o caminho
inerente ao desenvolvimento de potenciais novos fármacos apresenta grandes
desafios. Contudo, é de destacar que este trabalho permitiu pela primeira vez
compreender o potencial terapêutico destes compostos no tratamento do cancro,
tendo-se identificado sete compostos, incluindo dois compostos novos de origem
marinha. O estudo permitiu igualmente caracterizar os mecanismos de ação
associados às suas atividades citotóxicas e identificar duas moléculas com
capacidade de inibir seletivamente a proliferação celular de esferas tumorais»,
explica o investigador Celso Alves.
Além
disso, «é também importante realçar que este trabalho permitiu aumentar o
conhecimento científico sobre estas moléculas, e consequentemente o
conhecimento sobre o potencial biotecnológico dos recursos marinhos portugueses»,
sublinha o investigador do MARE – Politécnico de Leiria.
A
execução e desenvolvimento do trabalho conta com o contributo e o know-how
de vários investigadores nacionais e internacionais que integram os grupos de
investigação Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-Politécnico de
Leiria), Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra
(CNC-UC), Departamento de Farmacologia da Faculdade de Veterinária da
Universidade de Santiago de Compostela (USC) e o Instituto de Investigação do
Medicamento da Universidade de Lisboa (iMed.ULisboa), com o apoio financeiro da
Fundação para a Ciência e Tecnologia e do COMPETE 2020, através dos projetos
Red2Discovery (PTDC/MAR-BIO/6149/2014) e
POINT4PAC (SAICTPAC/0019/2015
LISBOA-01-0145-FEDER-016405).
Os
autores da apresentação e do estudo são os investigadores Celso Alves, Joana
Silva, Susete Pinteus, Rafaela Freitas, Adriana Duarte, Helena Gaspar, Maria.
C. Alpoim, Luis. M. Botana e Rui Pedrosa.